quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Minha quarta carta ao meu amor desconhecido

Minha quarta carta ao meu amor desconhecido
Pensei em ter visto seu rosto hoje
Em meio a multidão de mal-amados

Talvez eu não tenha te visto
Talvez somente tenha te sentido por perto
Como num conto de alma gêmeas

E historia de amor alguma narrara o que viveremos
Pois nunca serão dignas de tal feito

A mesmice da vida e do mundo nunca nos acompanhará
Por que seremos únicos

Nem a musica mais singela
Nem o mais complexo arranjo
Poderá nos traduzir em melodias

Por que seremos
Como a musica jamais escutada ou já feita antes de tudo existir

Seremos como a chuva
A cada pingo impossível de se descrever ou de se traduzir seu som e queda

Teremos nosso próprio mar
Aonde poderemos navegar
Nadar e nos afogarmos em nosso mais sutil e tenebroso amor

Sem o importuno de piratas maus vestidos
Nem de cavalos marinhos pseudo-intelectuais
Nem de qualquer tipo de lodo do achismo

Seremos como a lua ao meio dia
E o sol a meia noite

Ninguém nos explicará
Ninguém nos representará

Somente nos admirarão
Por que estaremos juntos

Até breve minha querida!


Plínio Velho
São Paulo-SP, 15/01/2009

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