terça-feira, 30 de junho de 2009

"Composição inacabada, apenas palavras de amor"


Foto: Plínio Velhus

Eu e meus versos

Eu e meus versos

E pelos meus versos eu me transformo
Por meio deles tudo em minha vida me parece ser possível
E com seu devido valor

Por eles eu posso observar tudo
E acrescentar aquele sopro de vida a tudo o que é belo
A tudo o que falta ao mundo e as pessoas

Por eles eu posso criar e recriar qualquer coisa
Das mais fáceis até as mais difíceis
E voar

E do alto poder imaginar cada forma
Cada coisa existente aos meus olhos
Tanto em idéias quanto em pensamentos

Através das minhas palavras posso me tornar rico
Mesmo não possuindo riqueza material ou nada de valor

Pela intempestividade deles
Eu me torno o melhor escritor do mundo
Sem ao menos ter escrito sequer um livro
Mesmo durante todo esse breve tempo de vida

Por meio deles
Sim! Dos meus versos eu posso tocar-te intimamente
Sim! Com toda a singeleza
Bem no coração
Sem ao menos te conhecer-te

Por minhas palavras posso viajar o mundo
Sem que ninguém possa me impedir
Posso conhecer lugares e pessoas
Mais nenhuma como você

Sei que pelos meus versos, sim meus simples e humilde versos
Posso recriar o mundo a uma maneira que eu consiga suportar

Por meio deles posso viver um passado que desconheço
Eu posso antecipar um futuro que nunca vivi

Eu posso mudar um presente triste e inglorioso
E transformá-lo na mais e perfeita ternura e bondade de vida

Por meio de minhas palavras posso falar da amabilidade de meu coração
Sem ao menos ter um bom linguajar para me expressar com decência

Pelas palavras de minha boca
Posso te recitar os mais belos poemas de poetas que nunca existiram

Eu posso te colocar bem no lugar que você merece
Bem acima da perfeição

Pelas palavras de minha boca eu consigo o tempo todo, toda a perfeição
Que morrerei tentando atingir

Sempre lembrando que a vida não é somente o poema em si

Mais ela também tem um início
Um meio
E um fim
Que eu posso escrever, reescrever e moldar
Como eu bem entender

Pelas palavras de minha boca, o meu Sol nasce e se põe
Minhas flores nascem e morrem
Tudo ao meu bel prazer
Até mesmo quando a noite tenha se tornada eterna

Por meio delas eu faço florescer a relva do amor
E na inocência mais límpida bem na imensidão
eu o faço brotar
Bem no deserto de minha vida

Por que pensando
Logo posso fazer o que me parecer bem
O lógico e o belo

E por fim
Pelas palavras de meu coração
Sim aquelas que vem em meus melhores momentos
Momentos únicos de saudades, expectativas e loucuras
Eu simplesmente sinto que posso ter você

Mesmo você não me querendo
Mesmo eu não te conhecendo
Mesmo não amanhecendo ao seu lado
Mesmo não te vivendo

Quando na verdade sabemos que sem você

O poema de minha vida
Estará para sempre
Inacabado

Plínio Velhus
SP – 21/06/2009

pliniovelhus.blogspot.com