quinta-feira, 24 de junho de 2010

Sempre

Sempre

Vida
Vida doce
Vida amarga
Vida que honra
Vida que desonra
Vida de homem
Vida de desomem
Vida que acorda
Vida que desacorda
Vida que encoraja
Vida que desencoraja
Vida e luta
Vida de peleja
Vida que me esconde
Vida que me acovarda
Vida que me ensina
Vida que me atropela sem dó
É o homem que passa
É a vida que passa
É o garoto que corre
É velho que morre
É a vida que chega
E a morte que se esconde
E a vida que vai
E a morte que vai mais adiante
E a vida que encanta bom humor
E sou eu que grito de dor
E a loucura chegando
Loucura na rua
Loucura na televisão
Loucura no carro
Loucura nos corredores por onde as motos hão de passar
Loucura em minha mente se transforma em loucura em minhas mãos
Loucura da realidade já se mistura com a loucura da dramaturgia
Loucura que por sua vez é repetida, ensinada e fixada todos os dias de nossas vidas.
Homem que nasce
Homem que ama
Homem que aprende
Homem que constrói
Homem que sorri
Homem que é feliz
Homem que destrói
Homem que ofende
Homem que chora
Homem que é companheiro da raiva
Homem sozinho e infeliz
Homem que morre e ainda vive
Único que vive sem saber de onde se vem de onde se vai
Único ao se perguntar o porquê disso ou daquilo
Único em palavras que de amor, consolo e afeto.
Único em palavras de desafeto
Sábio? Nem tanto
Sábio talvez
São? Nem a mente nem o corpo, talvez somente o todo que se replicam.
Sempre

É apenas isso, é o que deixaremos ao fim.

Plínio Velhus
24/06/2010
03h40min madrugada

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