quinta-feira, 24 de junho de 2010

As palavras que vem da luz

As palavras que vem da luz
A que saudades se têm de momentos que nunca mais esquecerei
Por entre pessoas que vem e vão, eu me vejo e me encontro a cada olhar com meu adorável e inglorioso passado.
Por entre trens e vagões de idéias humanas, eu consigo me ver em um tenebroso e solido dilema, de ter que caminhar sem opção de correr para os lados, podendo somente ir à frente ou retornar para trás. Pobre ilusão a alusão, pois não conheci ninguém que pudesse voltar ao passado e reescrever um novo e velho futuro, então recomeço.
Por entre pessoas que vem e se vão, eu me vejo e me encontro a cada olhar com meu brilhante futuro.
Por entre apoteóticas idéias de vida, comensurada apenas em sonhos, me deparo com vidas somente existidas, amores somente desejados, com um final consumado sem ao menos existir um começo.
Em minha brilhante idéia de futuro me deparo com pessoas à espera, e maiores que elas somente o vagão da vida que se tem como força a locomotiva da esperança, que aos poucos se aproxima e se chega.
Impetuosa chega chegando com maestria, como se fosse única, e quando a vida se depara em sua porta para o vagão, eis que surge o quesito tempo, até que a vida feche suas portas, e que dessa forma se apronte o fim e o inicio de uma nova viagem.
E La se foi a todos e a todas, homens e mulheres, velhos e crianças, com seus sonhos, com suas dores, com seus sofrimentos, e com suas combalidas esperanças, e subjetivas idéias de vida, e assim se vai o trem, e o que fica alem do vazio é a velha morte Junto ao silencio que a todos cala, que já desde agora nos impacienta em nossa espera por uma nova oportunidade, sim por um novo vagão.
Mesmo que as palavras venham da luz, a saudades é tudo o que sobra para esses trilhos.

14 de dezembro de 2009. São Paulo.

Plínio Velhus

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