Permaneço ao Enquanto
Permaneço acordado enquanto o tempo me abraça com o mais forte dos abraços
Um abraço que me aperta o coração e a alma ao perceber que as coisas vem e vão, se criam e acabam, nasce e morre sem quem eu possa fazer nada,.
Impotente concordo com a cabeça a cada minuto que passa, passa também as oportunidades que agregadas aos segundos passam sem que meu raciocínio apegado as horas consiga perceber.
E o que posso tentar fazer é minimizar tudo sendo feliz com o que posso viver, feliz com as experiências que posso provar, e saudosista e melancólico com as coisas que se passam e eu não posso sentir e muito mais pesaroso ainda pelas coisas que sei que chegará, e se esquivará para alem daquilo que posso obter ou alcançar, sem que eu tenha a oportunidade de abraça-las.
E nada, nada mais me mostra o que posso fazer, pois sou homem, me chamo coragem e desafio era meu apelido carinhoso quando criança, e sei que se não posso ter tudo, eu posso fazer do tudo que eu tenho o tudo aos outros e a mim mesmo.
Apenas sei que a musica mostra-me como sou, e o que quero.
Mais somente o caminho não trilhado de nada me serve.
Viver por viver, vivo eu comigo e com meus medos, o que mais desejo é viver com a vida sabendo que a morte esta a caminho, renascendo em mim a cada ciclo o renovo da emoção e da beleza.
Sim, o renovo da eloquência do vento a cantar por entre meu ouvidos, a persistência do Sol a me acompanhar, e a me acordar para a luz, do renovo das cores mais coloridas e vivas, que brotam em minha frente e para onde quer que eu olhe, do renovo do passado que ainda em sephia não consegue esconder de si mesmo sua importância, sua relevância.
Podem musicas serem cantadas sem o encanto?
Podem palavras dizer o que não se sente?
Assim como de fato pode um homem ser livre estando preso?
Alegria minha e dos passarinhos que podem viajar para onde quiserem
Sem se preocupar com o nada nem com os nadas, nem com os todos.
Mania de controle e de planejamento que temos?
De nada nos servem.
Feliz eles, que vêem tudo e a todos, e vêem muitos todos e muitos tudos, bastando apenas Voar.
Viver a vida... sim, estou aprendendo a bater asas!!!
Plínio Velhus
São Paulo - Novembro 2010.
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